29 abril 2005
Soul de safra boa

Ao som de "Plenty", Guru e Erykah Badu

Pois é. E o julgamento do Michael Jackson continua. Eu ainda acho que ele agiu por influência mística do Macaulay Culkin...

Hei, não é que a idéia do som funcionou? Todo mundo comentou bem. Tô até com medo, achando que tô certo...

Olha só.
Quer ouvir uma palavrinha boa? Jazzmatazz...
Gostoso de falar, não? Tipo aquele diálogo canastrão de satisfeito por encontrá-la olho no olho e prestes a convidá-la pro mau caminho. Jazzmatazz...

Bom, vamos aos fatos.

Jazzmatazz volume 1Para quem não sabe, Jazzmatazz é um projeto do rapper americano Guru. O cara largou seu grupo de rap em 92, o Gang Starr, para dedicar-se a um novo estilo. Pegou a onda do Acid Jazz (uma mistura de hip-hop, soul e jazz), que nem conceituado na época estava, e lançou seu primeiro álbum, Jazzmatazz volume 1, em 1993. Isso um ano antes dos hits Emergency on Planet Earth, de Jamiroquai, e Cantaloop (Flip Fantasia), do US3 levarem o novo ritmo ao mundo. Pioneirismo.

No primeiro volume, Guru cantou lado a lado com Donald Byrd, Brandford Marsalis, N'Dea Davenport, Roy Ayers e MC Solar. O CD reuniu ótimas músicas e se tornou um dos mais importantes discos no surgimento do Acid Jazz. Pesquisando um pouco mais, também vi que o estilo que passou a nortear boa parte dos trabalhos de black music pelo mundo. Além de reinar como trilha sonora de alguns meses no discman deste que vos fala. Ouça no talo, depois do expediente.

Jazzmatazz 2Guru voltou em 95, com Jazzmatazz 2, repetindo a fórmula das parcerias. No álbum estão artistas como Jamiroquai, Wynton Marsalis, Me'Shell N'Degeocello, Donald Byrd novamente, entre outros. O disco não fez tanto sucesso, já não era uma grande novidade, mas ainda sim estabeleceu Guru como uma das mais respeitadas figuras do gênero. Tá mais obscuro, mas a essência do trabalho continua.

O melhor ainda vinha. Em Streetsoul, o terceiro "Jazzmatazz" de Guru, o rapper conseguiu seu melhor disco. A novidade fica por conta da generosa contribuição do R&B para o disco. Além disso, os coros de soul e o vocal seco do rap estão mais presentes em Streetsoul do que nos outros álbuns. A lista de convidados deste álbum é enorme; começa com a suingada participação de Angie Stone, Macy Gray, Erykah Badu, Herbie Hancock e o mestre Isaac Hayes.

Jazzmatazz: StreetsoulNa modesta opinião deste blog, poucos discos desta nova safra de fim de século conseguem unir tão bem estilos diferentes como esse Streetsoul. Até para as pessoas que não simpatizam muito com este tipo de som, Sreetsoul pode ser um bom começo, pois não radicaliza e nem vulgariza, está no ponto ideal, um disco para escutar a qualquer hora e em qualquer lugar. Se você se acha muito contemporâneo para esse som, recomendo começar mesmo pelo Streetsoul. Mas se já estiver acostumado a fusão de ritmos e black music, vá atrás do primeiro volume, é o supra sumo. Tá meio fora de catálogo, é mais fácil achar o terceiro volume.

A faixa que você pode ouvir lá em cima, Plenty, é a pérola do terceiro volume. Tem aquele ar de jazz bebop com quebras de R&B nervoso. E é Erykah Badu. Tudo em que essa mulher coloca a voz é ouro. Futuramente, ela vai merecer um post só dela.

Jazzmatazz...
Palavrinha boa, não? O som é melhor, juro.

OBS: este post é em homenagem à Ana steps, que me apresentou estas coletâneas em um dia inspiradíssimo, como todos ao lado dela. Ana steps...

Escrito por Anderson às 12:03 AM | | Fotenhas! 


Layout desenvolvido por Anderson Costa. Todos os Direitos Reservados.