Tenho ouvido muitas patifarias sobre o desarmamento. Debati com amigos, parentes, até pesadelos tive. Pode não ser importante pra alguns, mas passei por momentos na minha vida em que vi a violência de perto. E tive que refletir muito pra chegar a uma conclusão sobre o referendo.
Decidi que voto sim à proibição do comércio de armas. Porque lembrei de uma coisa.
Em 2001, ao sair da faculdade, me envolvi em uma briga. Fui parar na delegacia, mas o policial me liberou para ir ao hospital por entender que o errado na história não era eu. Acho que se eu soltei umas dez palavras entre minha ida ao hospital e a chegada em casa, foi muito. Só tinha ódio na minha cabeça. Pronunciar qualquer coisa seria expelir raiva como um cão. A sensação de entrar numa briga e desejar o sangue do outro é horrível, mas é real. E se eu tivesse uma arma comigo, eu teria matado o rapaz. Fiquei dias mal por causa disso, e com a cara cheia de hematomas.
Fiquei lembrando do momento esses dias. O fato de não estar armado, de certa forma, salvou minha vida. Eu poderia ter feito uma besteira e acabado com meu futuro.
Esse papo de proteção é balela. A arma faz o assassino. Vou votar sim, e vou brigar por uma legislação que suporte essa decisão.
Bang.