Uma dúvida me assolava nos últimos dias. Afinal que raios dizia esta música de Vinicius de Morais? O que era a tonga da mironga do cabuletê? A sonoridade disso não é curiosa? Então, fui pesquisar. E na verdade, não significa nada. Ao menos era isso o que Vinícius informava a quem vinha lhe perguntar. Era a época da ditadura, no entanto, e muitos preferiram acreditar que o poeta tinha escondido, atrás dessas palavras africanas, uma ofensa ao governo militar. Corre até hoje uma versão pela internet que a tradução seria algo como "o pêlo do c* da mãe", dito em nagô! Assim mesmo, o Novo Dicionário Banto do Brasil*, de Nei Lopes, a melhor obra que temos sobre africanismos em nosso idioma, diz: Vinícius, com o ouvido que só os poetas têm, simplesmente escolheu estes termos por sua sonoridade e combinou-os numa expressão sem valor semântico, mas de alto poder sugestivo. * Com ajuda de prof. Claudio Moreno