03 janeiro 2006
A volta da imprensa big band - ou quase isso

Capa da última ediçãoTenho que fazer jus à volta da revista Bizz. Acabei de ler a edição de dezembro, com a Maria Rita nua na capa (ahan...) O Ricardo Alexandre (editor) fez um bom trabalho. Claro, ainda tá muito parecido com a última fase da revista antes do último cancelamento, em 2001. Mas a lacuna que ela deixou não foi preenchida por nada. então, por que não voltar?

É curioso ver a Bizz de volta às bancas depois de tudo. Depois do auge durante os anos 80, do tropeção em si mesma na década de 90 e, depois, o afundamento em 2001 provocado pela internet. É época de iPod, MP3, hype pra lá e pra cá... Tanto é que as pautas principais ainda são em cima de hypes: Maria Rita, Dado Villa-Lobos...

Salva-se uma matéria explicativa e genial sobre a fase Racional de Tim Maia e um especial com a cobertura do Claro que é Rock. Os caras estão mais maduros. Aprenderam que a lacuna de informação sobre música brasileira que ficou é sedenta por quem a alimente de boas letras.

Fora o papel óbvio de uma revista dessas no mercado, creio que a Bizz tem que estar por aí mesmo. No mundo da internet, nem sempre se tem tempo para uma análise mais aprofundada de tudo que acontece. As coisas são simplesmente jogadas na rede, quase que cruas, sem trato. Por isso é bom ver caras como Emerson Gasperin e Lúcio Ribeiro fazendo reportagens mais soltas, quase literárias, sobre música e suas consequências. E tantas cabeças juntas assim me dá a sensação de que uma geléia geral se forma e o resultado fica denso e diverso pra caramba. Pelo menos soa assim. A inocência já não é a mesma, existe mais vontade.

Pense assim: se falar de música na internet é punk rock, falar na Bizz é uma jam session de big band. Daquelas que parece ensaiada, soa ensaiada, mas só Deus sabe como a gente não quer acreditar nisso.

Escrito por Anderson às 9:40 PM | | Fotenhas! 


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