07 fevereiro 2006
O preço de uma língua

Compre sua camisa!Tá preparado pra ver os Rolling Stones no Rio de Janeiro?

Pois é, você e mais umas 5 mil pessoas começaram a se preocupar cedo com isso.

Estimo em 5 mil, mas deve ser bem mais o número de pessoas envolvida com a produção desse show em Copacabana. A Rede Globo (já alardeando demais os Stones) mostrou os preparativos para a construção do palco em praias cariocas. A estrutura assusta. Os realizadores do show estimam um público de 2 milhões de pessoas no dia 18 de fevereiro.

Só pra você ter uma idéia das cifras e da polêmica envolvendo a marca da língua e seus donos, leia o texto abaixo, publicado no site Meio e Mensagem. É legal termos uma visão mercadológica desses megashows que vem pra cá (Stones, U2, Oasis, etc).

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Rollings Stones no Super Bowl vira polêmica
Banda que criou um dos mais conhecidos hits anti-consumo de todos os tempos se apresentará no maior evento de marketing da atualidade

A nova atração que comporá o Super Bowl deste ano é uma das maiores bandas de rock de todos os tempos. Os Rollings Stones, que desembarcam no Brasil ainda neste mês para um show gratuito na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, farão a apresentação do intervalo do tradicional jogo de futebol americano, que costuma ter as maiores audiências da TV nos Estados Unidos. Em 2002, o U2 havia se apresentado ali.

A participação daqueles que já foram considerados contestadores sociais neste evento promovido em torno de um jogo de futebol americano, mas realmente movido e alimentado pelo marketing, gera polêmica. Bob Garfield, colunista do especializado norte-americano Ad Age, por exemplo, lembrou em comentário desta sexta-feira, dia 3, que a banda é a criadora de um dos mais conhecidos singles anti-consumo do rock'n'roll, a música "Satisfaction". Segundo ele, "a rendição ao capitalismo transforma as intenções artísticas da banda em pop comercial".

Se a maior banda de rock do mundo não passa de um negócio rentável, não se pode afirmar, mas é incontestável que o perfil do vocalista que gritava o refrão de seu mais famoso hit nas décadas de 60 e 70, vestido em calças justas com maquiagens femininas e barbarizava qualquer convenção da época, mudou muito de lá pra cá. Mas a verdade também é que não é de hoje que ele começou a pensar sobre lucros.

A marca Rollings Stones depende das novas gerações para sobreviver forte como ainda é. A própria ilustração da boca de Mick Jagger faz parte dessa linha de pensamento. Os Stones também foram uns dos primeiros no mercado musical a negociar patrocínios para suas turnês. A atual "A Bigger Band", por exemplo, tem apoio da Ameriquest e essa é pelo menos a nona empresa a se associar à banda desde a marca de perfumes Jovan, em 1981. Entre outras estão E-trade, AT&T Wireless e Budweiser.

Além disso, a banda também já fez acordos de licenciamento com a Ford e com a Microsft, que pôde usar a canção "Start me Up" em um de seus lançamentos. Outra ação inusitada para um grupo de rock aconteceu no final do ano passado, quando os Stones participaram de um episódio da novela americana Days of Our Lifes, através de uma parceria com a emissora NBC para divulgar seu novo CD.

No entanto, a participação no Super Bowl pode superar todas as outras ações voltadas ao marketing por sua incrível visibilidade. Questionado por jornalistas sobre se estaria neste evento há 20 anos, Mick Jagger atribuiu às mudanças da América a sua própria alteração de atitude e completou, irônico, que "tanto ele quanto os Estados Unidos continuam com seus valores mais profundos ainda intactos".

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Nota do Blog: o texto acima já está velho: a participação dos Stones no SuperBowl já aconteceu. E com direito a censura dos versos de algumas músicas.

E o post é dedicado a Deb, a mina mais rock n' roll que eu conheço.

Escrito por Anderson às 10:01 AM | | Fotenhas! 


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