Som no Blog

Música é atitude e ponto, sempre achei isso. Mas é interessante a matéria no blog Jam Sessions, do tiozão Jamari França, sobre a evolução da moda no mundo do rock. Segundo ele, a escolha das roupas dos músicos reflete uma época, onde se buscava posição comportamental de contrapostura e expressão.

Eu concordo com isso quando se fala em música de contracultura. Afinal, os moleques que viraram fãs dos Ramones na década de 80 o fizeram, em boa parte, graças ao figurino rasgado e sujo da banda, que soava tão diferente de tudo. Era o punk se manifestando como música e movimento cultural.

Quantas pessoas não usaram aqueles cabelos bufantes nos anos 80, a la Bon Jovi e cia? E nos anos 90, as famigeradas camisas flaneladas que a turma do grunge americano usava (eu me encaixo nesse grupo). E indo mais atrás, a inveja que as calças de couro de Elvis Presley causavam nos jovens rapazes... Eram todos movimentos distintos, que geraram identidades visuais que você ou seus pais lembram muito bem.

Penso que a coisa tá muito mais ligada ao comportamento social, ou seja, busca da inclusão em grupos sociais distintos. Porque você não usaria aquela camisa do Dead Fish pra ser amigo daquela galera bacana da escola? Nesse embalo se formam as pequenas tribos de camisetas pretas, de coturnos, de óculos de aro grosso...

Hoje, isso está mais que claro até no mainstream. Quantas meninas você já não viu fantasiadas de Avril Lavigne no shopping, com bonezinho virado? Até a MTV elas já dominaram: a parada musical da emissora é apresentada pelas gêmeas Kenya e Keila, clones tupiniquins da Avril. E a máxima de que a atitude stylish virou produto de prateleira se confirma. E a MTV, mais uma vez colocando espelho da audiência pra ancorar a programação. Estão certos, tem que buscar o público deles.

Enfim, curta música do jeito que quiser. Roupa é adereço. Quem tem que se preocupar com imagem é a MTV.

PS: Uma confissão. Eu só comprei minha primeira camiseta de banda de rock ano passado. E ela nem é preta...